Death Angel e Armored Saint: nada a dever aos gigantes do Metal

19 03 2009
Death Angel

Death Angel

Uma aula de Metal. Assim podem ser definidas as apresentações de Armored Saint e Death Angel no último domingo, 16 de março, em Perth, Austrália. Os shows marcaram o final da bem-sucedida turnê conjunta das bandas pela Oceania, a qual passou também por Brisbane, Melbourne, Sydney e Adelaide.

O pequeno público já se aglomerava na porta do The Capitol às sete e meia da noite. O local abriga eventos underground e já recebeu grupos como Opeth, Morbid Angel e outras lendas do Metal. O visual oitentista dava o tom da noite, com calças jeans, tênis brancos, camisas pretas e jaquetas jeans cheias de patches de bandas esquecidas por muitos e cultuadas por poucos, casos de Abattoir, Cirith Ungol, Picture etc.

Psychonaut

Psychonaut

A abertura ficou a cargo do quarteto local Psychonaut que faze um som com influências de Sodom, Destruction e Motörhead. Tocaram apenas cinco músicas, dentre as quais, The Humongous, a que mais chamou a atenção.

Pouco tempo depois veio a ducha de água fria: Joey Vera subiu ao palco e disse que John Bush estava doente, não poderia cantar com o Armored Saint naquela noite e que, sob estas circunstâncias, ele e o guitarrista Phil Sandoval dividiriam os vocais.

 

 

Armored Saint: Joey Vera nos vocais

Armored Saint: Joey Vera nos vocais

A galera sentiu o baque, afinal, para muitos, a principal razão para estarem ali era a oportunidade de conferirem a volta à ativa e os dotes vocais do ex-Anthrax que chegou a ser convidado para entrar para o Metallica nos anos oitenta . No entanto, a sinceridade e a coragem de Vera foram aplaudidas, e o show não demorou a começar.

Pode-se dizer que o Armored Saint sentiu muito a falta de John Bush no palco, pois evidentemente seu estilo vocal exige muito dos cantores e Phil Sandoval e Joey Vera não tinham praticamente ensaiado nada. Contudo, levaram na raça a ingrata tarefa de última hora.

A maioria dos clássicos foi apresentada e empolgou o público. Da abertura com Reign Of Fire a vários petardos como March Of The Saint, Tribal Dance, Symbol Of Salvation, Chemical Euphoria (quem se lembra dessa? Presença constante no extinto Fúria Metal da MTV), e Can U Deliver.

Armored SaintO final apoteótico veio com Madhouse, apesar dos insistentes pedidos por Glory Hunter. Havia até mesmo a possibilidade de estreia de material inédito, já que em entrevistas aos jornais locais, Bush mencionou o título de duas músicas novas: I Took For My Fill e Head On. Entretanto, a ausência do “comandante” os fez deixá-las para uma próxima oportunidade. Fica a torcida para que eles realmente lancem álbum de inéditas dentro em breve, como prometeram recentemente, e que venham em outra turnê por estas praias.

De todos os membros do grupo, o mais ovacionado foi o baterista Gonzo Sandoval e, ao concluir set, era visível, em sua expressão e nas de seus companheiros, o alívio por terem conseguido levar o show sem o celebrado ‘frontman’.

deathangel01O Death Angel, por sua vez, pareceu extremamente confortável e seguro no palco, encerrando a divulgação do excelente Killing Season (2008). Tranquilos devido ao “renascimento” da banda após tantas idas e vindas, anos de inatividade e um acidente automobilístico que quase matou todos os integrantes, eles vieram pra detonar.

Com o ótimo novo baixista Sammy Diosdado e a precisa dupla de guitarras formada por Rob Cavestany e Ted Aguilar, músicos e fãs se conectaram rapidamente em uma explosão de vibração que contagiou todos os presentes.

O carismático vocalista Mark Osegueda saudou a atitude da galera perante as dificuldades do Armored Saint e agradeceu à receptividade ao Death Angel da primeira visita dos grupos à terra dos cangurus.

deathangel022O repertório, incluindo Voracious Souls, Bored, Seemingly Endless Time, Lord Of Hate e Kill As One, justificou a fama do quinteto da Bay Area e seu lugar inquestionável dentre os precursores do Thrash Metal mundial.

Equilíbrio impressionante entre material novo e antigo, ambos de altíssima qualidade. Riffs avassaladores, vocais rasgados, cozinha precisa e a postura correta: a receita para um bombardeio de riffs e Thrash.

Ao final, a plateia, estupefata e cansada em decorrência da intensidade das atuações dos conjuntos, comentava os shows e concordava que as duas bandas mereciam mais sorte na década de oitenta, pois não devem em nada aos gigantes do estilo.

Texto e fotos por Rodrigo Altaf

Sites Oficiais
Death Angel: www.deathangel.com
Armored Saint: www.armoredsaint.com
Psychonaut: www.psychonaut-au.com


Ações

Information

7 responses

19 03 2009
Jaques

Não é que o Armored Saint não fica nada a dever aos gigantes do metal. É um show melhor que dos gigantes do metal. Bota Iron Maiden, Metallica e outras no chinelo…

19 03 2009
Paulo Beck

Para resumir a importância que esse post queria passar bastaria dizer um nome:

John Bush!

Que monstro!!!

19 03 2009
Leo Castro

Jaques, voce viu algum dos shows da “Somewhere Back In Time”? Porque o Iron Maiden ainda faz um show absurdamente maravilhoso, ainda mais com o set list baseado nos classicos da banda.

Quanto ao Armored Saint, nunca vi a banda ao vivo, mas os discos de estudio são todos muito irregulares, exceto o “Symbol Of Salvation”, que é maravilhoso do começo ao fim. Os outros tem muita coisa legal, mas muito “filler” também. Mas não dá nem para comparar o repertório deles com o do Maiden…

19 03 2009
Lucas

Jaques, vc foi um pouco exagerado..rsrs Tudo bem q isso varia do gosto de cada um e eu nao discordo do AS ser um gigante do Metal, mas botar Iron no chinelo é um pouco complicado. Depois do show de domingo eu tive acerteza de que eu vi ali a maior e melhor banda de Heavy MEtal de todos os tempos, desculpe-me fãs de Sabbath e Priest. É incrível a força dessa banda no palco.

19 03 2009
Jacques

Bom, eu vi todas as tours do Iron Maiden desde 1992 no Parque Antárctica, inclusive a Ed Hunter nos Estados Unidos e a do Early Days na Alemanha. Também vi a Somewhere Back on Tour, que tem um setlist bem inferior ao da Early Days. Nenhum show do Iron Maiden foi metade tão bom quanto o show do Armored Saint no Graspop de 2006. Banda que detona no palco não precisa de circo e palhaço em forma de caveira pra distrair os fãs. Apenas toca e arregaça.

19 03 2009
Rodrigo Altaf

Os Maidens ja se tornaram meio que magnatas do metal, e se acomodam com sempre o mesmissimo repertorio. E li uma entrevista do John Bush em um jornal local aqui da Australia em que ele disse que “nao encaramos o Armored Saint como nosso ganha pao; tocamos quando e onde quisermos, entao eh SEMPRE com vontade e muita energia; nao tem nada pior que subir no palco por obrigacao e como parte de uma rotina”. Nesse ponto ai, sou forcado a concordar com a opiniao do Jacques.

19 03 2009
Leandro Cardoso

Armored Saint + Death Angel = Excelente Matéria!!!!!!!!!!!!!
Duas grandes bandas, que mereciam maior reconhecimento por tudo que de maravilhoso já produziram ao longo de suas carreiras!!!
O Death Angel, desde sua volta, já com 2 belos álbuns na bagagem, e foi a partir daí que os conheci e me tornei fã desta lenda do Thrash Metal (este estilo só produz bandas de nível excelente até o patamar de lendas, incrível).
O Armored Saint, principalmente na figura do grande vocalista e batalhador John Bush, sempre lutou para se manter e também merece maior reconhecimento. Bush passou por muitos apertos, teve que provar seu valor várias vezes, enfrentou sacanagens, mas venceu e fez história no Anthrax. Tudo estava ótimo até chegar a mal fadada reunião com Joey Belladonna em 2005! Depois de tudo isso, o mais certo para ele, era recusar voltar(azar do Anthrax) e reativar o Armored Saint, onde agora, estou torcendo muito para que lancem um ótimo álbum.
Jacques, se você não entende nada sobre conceito de apresentações que o Maiden faz, por favor, não poste m***, pois assim, o único que passa vergonha é o senhor, kkkk!

Deixe um comentário